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Discursos Visuais na Imprensa do Rio de Janeiro entre 1900 e 1914: vestuário, gênero e subcultura feminina
Este texto analisa o modo pelo qual certo estilo feminino de comportamento associado a certo estilo de vestir, adotado no Rio de Janeiro entre 1900-1914, por uma subcultura feminina composta por grupos de mulheres que entram no mercado de trabalho ou estão em vias de profissionalização, foi representado em imagens pelos profissionais de imprensa, homens na sua maioria. Partimos da hipótese de que o jogo de exposição e representação das mulheres desses grupos, vistas como divergentes da cultura hegemônica burguesa por seu comportamento e vestuário, revelou um dispositivo criativo que subvertia os marcadores de gênero, por meio da manipulação de alguns sinais diacríticos –como roupas, ornamentos e performances públicas– que, aos olhos dos homens da imprensa, expressavam uma identidade feminina nova e híbrida, na qual feminino e masculino pareciam estar justapostos. Nesse jogo, o comportamento e as roupas daqueles grupos de mulheres são metáforas de uma individualidade feminina divergente, bem como dispositivos disruptivos da imagem da mulher frívola e domesticada, própria à época.
Palabras Claves: Rio de Janeiro; Imprensa; Vestuário; Gênero; Subcultura feminina
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Discursos Visuais na Imprensa do Rio de Janeiro entre 1900 e 1914: vestuário, gênero e subcultura feminina
This text analyzes the way in which a certain feminine behavior associated with a certain dress style, which is progressively adopted by a female subculture, composed of groups of women entering the labor market or in the process of professionalization, in Rio de Janeiro, from 1900 to 1914, was represented in images by journalists, mostly men. Our hypothesis is that the exposition and representation of these groups of women, seen as divergent from the bourgeois hegemonic culture by their behavior and clothing, revealed a creative device that subverted the gender markers through the manipulation of some diacritical signs, such as clothes, ornaments and public performances, which in the eyes of the male press professionals expressed a new hybrid female identity, where the feminine and the masculine seemed to be juxtaposed. The behavior and the clothes of these groups of women are metaphors of a divergent female individuality, as well as a disruptive device of the image of women as frivolous and domesticated beings, proper to the time.
Key Words: Rio de Janeiro; Print; Clothing; Gender; Female subculture
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