Caiana Revista académica de investigación en Arte y cultura visual

Caiana Nro5

Ermelinda Moutinho Pataca


Arte e ciência na Amazônia no século XVIII: o Prospecto da Vila de Cametá

Como objetivo de analisar a iconografia da Viagem Filosófica (1783-1792) comandada por Alexandre Rodrigues Ferreira, neste trabalho seguimos a trajetória de uma excursão para o Rio Tocantins na capitania do Grão-Pará, realizada em Janeiro de 1784, quando o desenhador José Joaquim Freire (1760-1844) elaborou o Prospecto da Vila de Cametá. A relação entre cartografia e pintura, tão característica dos prospectos da viagem, resulta de uma aproximação entre arquitetura, engenharia militar, navegação e a tradição cartográfica portuguesa. As políticas portuguesas de ocupação territorial foram determinantes na elaboração dos prospectos da viagem, que revelavam onde e como se estabeleciam os povoados na região amazônica. Além do caráter geoestratégico da imagem o prospecto apresenta uma singularidade em relação ao conjunto iconográfico da viagem: a auto-representação do artista, simbolizando tanto seu testemunho ocular conferindo legitimidade à representação, quanto se associa a um recurso da tradição artística. Analisamos o prospecto no contexto em que foi produzido, explicitando elementos que elucidem os objetivos da produção da imagem e influências de outros autores numa perspectiva interdisciplinar de aproximação entre a história das artes, da técnica e da ciência luso-brasileira.



Palabras Claves: Viagem Filosófica, cartografia, engenharia militar, urbanização, prospectos

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